Já faz algum tempo desde que política e ódio se tornaram termos inseparáveis no Brasil. O espaço do debate público, que deveria prezar pela pluralidade, pelo diálogo e pela tolerância, foi tomado pelo discurso divisório, marcado pelo "nós" contra "eles". Discordar de uma opinião, por vezes, se torna uma declaração de guerra. Mas, será que só é possível fazer política desse jeito? Será que não existe lugar para o afeto e para a ternura?
Foi esse questionamento que motivou a criação da nova identidade visual de Isabela Sousa, que em 2022 se tornou a parlamentar mais jovem da Câmara Municipal de Salvador. No mesmo ano, foi candidata a deputada federal pela Bahia e conquistou cerca de dez mil votos, a quarta mais votada da sua federação partidária.
Em 2023, com Isabela de volta à suplência de vereador, chegou a hora de criar um branding atemporal, que não esteja sujeito aos cargos que ela ocupou ou que venha a ocupar. Um branding que transmita valores compatíveis com sua biografia, marcada pela luta por mais oportunidades para habitantes de comunidades periféricas, sobretudo as crianças.
O afeto se tornou a palavra-chave desse processo criativo. O conceito de afeto na política é bastante rico e já foi abordado por diferentes filósofos, especialmente pelo neerlandês Baruch de Espinosa. É evidente, porém, que o significado mais popular da palavra remete à atenção, ao cuidado e à ternura. E a ideia de criar um branding político que tome esse valor como o seu principal, embora disruptiva e ousada, parece muito potente.
